Olhos cor do mar, cabelo cor da areia. A minha mãe parece uma sereia.
Sempre sorridente e imperatriz, mas pelos filhos não tem medo de estalar o verniz.
Está sempre em contacto com a mãe, irmã e irmão. Não faz nada que não relate, nem que seja um trambolhão. E os anos vão passando, todos vamos crescendo, os 50 vão chegando mesmo não parecendo.
Onde está a minha mãe há sempre animação, e em tudo o que diz tem de ter sempre razão. Quem não se veste a preceito pode ter um contratempo pois, para a mãe conjugar roupa é bom passatempo.
Desde sempre mãe-galinha, não sabe não se preocupar. É assim a minha mãezinha e ninguém me a pode tirar.
Aos 25 anos passou a pensar por dois. Aos 26 por três (muitas vezes por quatro). Desde então para ver a mãe só em parques, piscinas ou campos de futebol. Só tinha de ser um espaço adequado ao pequeno pessoal.
Lá ia a mãe com os seus dois (desculpem três) filhos e todo o tipo de acessório: bolas, raquetes, patins, skates ou bicicletas. Bem, levava tudo, até o que parecia ser irrisório. E sempre (mas sempre mesmo) com a marmita no saco, porque comer em parques não sai barato.
A mania de ser forreta não é coisa recente, é tão poupadinha que até parece doente. Para poupar ainda mais e melhor nos controlar levou a piscina para casa e no terraço fazia-nos deslizar. Também nos ensinou a coser e a pintar, até digitinta nos deixava experimentar.
Mais tarde, a mesada me ensinou a gerir e a todos os saldos me aconselha a aderir.
Esta é a mulher que me ensinou a ser quem sou. Posso não vestir a seu gosto mas não esqueço o tempo que passou.
Os valores estão na minha mente, onde os guardo desde antigamente.
Que a estes 50 se somem outros tantos, mantendo sempre os seus encantos.
MUITOS PARABÉNS Mãezinha e desculpe lá qualquer coisinha!
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